sábado, 10 de outubro de 2009

Macho que é Macho

deixa a barba crescer e arranca depois.

Prova de química de alguém

ao fim da prova, uma nota do aluno:
"se alguma coisa der errado, 'me chame de hélio, o gás mais leve que existe' - Jimmi Hendrix"

Ao ser devolvida a prova, uma nota do professor, ao lado:
"manjava de guitarra, mas não manjava de química. O gás mais leve que existe é o hidrogênio."

domingo, 4 de outubro de 2009

Manual do Macho

Para voce, que sempre quis ser um Macho, com M Maiúsculo, já nas bancas!

Aí vão algumas dicas para voce, que é um macho inacabado!

Anda cuzinhando? FICA LIGADO, CARA, É COISA DE VIADO!111!!!!!1!!!1!!!
MAXO QUE É MAXO VAI CAÇAR ONÇA NO MATO!1!1!1!!11!1


acompanhe os próximos fasciculos da coleção.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Michael Jackson

morreu há muito, muito tempo

quarta-feira, 27 de maio de 2009

turistas e ninjas

O MASP é realmente grande.
Não, não é.
Não importa.
Porque enquanto o pacífico cidadão paulista estontea-se com a grante realização arquitetônica do museu, imagine que um grupo de turistas visita o mesmo lugar.
Suponhamos que sejam turistas tchecos, mas só porque a expressão fica sonoramente agradável.
E um dos turistas, um bastante gordo presente corporeamente fixa o olhar num ponto do céu. Larga sua câmera, que deixa de ser câmera ao tocar o chão. Levanta o dedo ensalchichado em frente ao rosto que expressa uma espécie de ojeriza cítrica e berra em alto e bom português: "OLHONINJA!!!", conquanto não haja ninja algum.
Acontece que ninguém, com excessão dos turistas tchecos, sabe que não há ninja e todos olham para onde apontava o homem.
Apontava, pois deixou de apontar para se atirar ao chão, apoiar-se com uma mão, e levar a outra ao peito. Do peito curiosamente brotam boas porções dum líquilo viscoso, de tom vermelho escuro.
Em todos olhando para ele, ele exibe um instrumento conhecido por shuriken na mão que segurava o peito.
Eis que um outro turista tcheco, abismado, berra próximo ao local da cena: "OLHUMHOMEMFERIDO!!!".
Ocorre que todos já viram o homem estatelado no chão. E por isso mesmo viram-se para o que acabou de berrar. Este, mal terminando sua manifestação, atira-se ao chão, como que empurrado para trás. Leva uma mão ao peito, e logo a retira, molhada em líquido semelhante ao que brotava do outro. Na mesma mão, segura uma shuriken.
O incidente se repete por um número indeterminado de vezes, sempre envolvendo turistas tchecos (eram muitos, se isso não foi mencionado antes) estupefadamente berrando OLHADOISHOMENSFERIDOS, ou OLHADEZHOMENSFERIDOS, a depender do número de caídos, e sempre tendo o peito ferido por shurikens.

Lembre agora, o leitor, que tratava-se dum magnífico dia de sol (o que evidentemente não foi mencionado) na área térrea do Museu de Arte de São Paulo, plena avenida Paulista.
O que poucos haveriam de ter notado é que o líquido a que o autor deste relato (a palavra relato foi usada, feita a ressalva de que isto nunca ocorreu) se refere jamais foi determinado como sangue. Com efeito, trata-se duma bolsa de tinta escondida por debaixo da camisa, estourada quando os turistas - que em verdade não eram turistas - levavam a mão ao peito.
Da mesma forma, como foi veementemente afirmado pelo autor, não havia ninja algum na cena, o que leva a concluir que as shurikens apenas teriam saído da manga dos prórprios turistas.

E então imagine o leitor que, ainda que isso não tenha acontecido realmente, nada impede que aconteça.
Amigos, reuni-vos e vesti-vos em trajes tematicamente turistas, e encaminhai-vos ao MASP, e tornai essa idéia possível.
O projeto já existe, não espalhem para muitas pessoas, sobretudo para os não interessados. Para mais informações, contacte trojan.exe@lesma.com.br ou [inserir endereço de e-mail alternativo aqui].

Até mais ver.

sábado, 23 de maio de 2009

Crônica de um amor louco

Na primeira cena do filme, baseado na vida e obra do poeta underground Charles Bukowski, o poeta beberrão Charles Serking, interpretado por Ben Gazarra (que voz!) , segurando uma garrafa de vinho diz, com um óculos escuro e cheio de estilo:

Chega de papo-furado e vamos direto ao que chamamos de “Arte”…
Estilo.
Estilo é a resposta de tudo.
É um jeito especial de fazer uma tolice ou algo perigoso.
Antes fazer uma tolice com estilo, do que algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo é o que eu chamo de arte.
Uma tourada pode ser arte.
O boxe pode ser arte.
Amar pode ser arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser arte.
Poucos têm estilo.
Poucos mantêm o estilo.
Já vi cães com mais estilo que os homens, apesar de que poucos cães têm estilo.
Gatos tem mais estilo.
Quando Hemingway estourou seus miolos, teve estilo.
Há pessoas que dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista, Jesus, Sócrates, César, Garcia Lorca.
Conheci homens na prisão com estilo.
Conheci mais homens na prisão com estilo do que fora.
Estilo faz a diferença.
O jeito de se fazer.
O jeito de ser feito.
Seis garças tranquilas na beira de um lago ou você,
saindo nua do banheiro sem me ver.

Platão

Eu já tinha pensado se ele estaria lá. Nao foi adivinhaçao, o pensamento era recorrente, sem importancia. Apesar de nao ser total surpresa ele estar onde antes eu já o vira,naquela sala de cinema, senti a pulsação d'eu ter corrido antes somando, multiplicando, com o que era o ver.
Sentei na mesma fileira. Depois levantei, fiz que pensei um pouco, e sentei do lado dele. Ele nao se virou. Segurava um livro, um pocket book. Como na primeira vez. Nao estava com aquele all star amarelo. Lá se foi a oportunidade de começar a conversa perguntando ''bonito all star, onde comprou?''. Calça preta skinny, mas nao justa demais. Camiseta branca, talvez de alguma banda, quem sabe. Como da segunda vez, que era do Velvet Underground. Cheguei até a ouvir a banda uma vez. Nao me liguei na musica, mas sei la, estilo, usar camiseta do Velvet. O logo foi feito pelo Andy Warhol, é um começo. Ele dedilhou um pouco em cima da capa do livro, talvez alguma musica. Talvez ele toque piano, piano clássico.
Desligavam-se as luzes, começava o filme. ''Crônicas de um amor louco'', baseado no livro de Bukovsky. Ele riu um pouco com o titulo do livro. Eu sentia a presença dele. Sentia até o cheiro. Sentia vontade de passar os braços sobre o ombro dele, encostar nele, encoxar ele. Nao, seria muito estranho. Será que um dia eu iria encoxar ele? Será que um dia a gente se conheceria e chegaria nesse ponto? Tudo dependia de eu falar com ele depois que o filme acabasse.
O filme era sobre um poeta. Na primeira fala do filme ele dizia
''Chega de papo-furado e vamos direto ao que chamamos de “Arte”…
Estilo.
Estilo é a resposta de tudo.''
E eu pensei que ele, nao o personagem do filme, foi lá para ver esse filme que dizia isso. Nada mais condizente com ele. Um filme sobre um poeta que leva, mas principalmente se deixa levar pelos seus amores breves. Que penetra em cada um sem medo, sem apreensões, sem preconceito. Pelo contrario, ele se deixa atrair pelas mulheres mais bizarras, diga-se de passagem. E eu vi o filme pensando em como falar com ele.

Acabou o filme, e ele tirou o celular do bolso, ligou para alguem e ficou falando no celular enquanto andava. Pensei em perguntar qual era mesmo o nome do livro do Bukovsky, quando ele desligasse o celular. Mas ele continuou falando. E ele falou no celular que odiou o filme, que nao devia nem ter ido, que o filme é péssimo. E disse que já estava indo, e saiu, andando rápido.

E entao, nao sei exatamente porque, eu broxei completamente. Nao só pelas minhas filosofias cinéfilas de que nao se pode dizer que o filme é ruim imediatamente depois de ve-lo, sem pensar, e que na maioria das vezes que se diz isso é porque nao entenderam nada do filme. Se pode dizer que nao gostou, mas nao que é ruim. Deve ter sido porque eu achei ele um idiota. Um idiota que nao teve capacidade de entender a visao de mundo daquele poeta. Um idiota que nao era o que eu pensava, e que, principalmente, faria uma cara estranha se eu tivesse falado com ele, com um estranho.

Talvez eu devesse ter falado com ele antes do filme começar. Eu devia pensar menos no que poderia dar certo, e falar e pronto. Se ele achasse estranho, foda-se. O problema é que eu achava ele único, de certa forma. Uma forma generalizada de idealizaçao. Eu nao imaginava muito, só nao imaginava que ele ia ser um idiota. Que a parte que eu quero foi o que eu vi antes, o cinema ''alternativo'',o livro, o dedilhado, o all star, o estilo, a atraçao física. E só.