sábado, 23 de maio de 2009

Crônica de um amor louco

Na primeira cena do filme, baseado na vida e obra do poeta underground Charles Bukowski, o poeta beberrão Charles Serking, interpretado por Ben Gazarra (que voz!) , segurando uma garrafa de vinho diz, com um óculos escuro e cheio de estilo:

Chega de papo-furado e vamos direto ao que chamamos de “Arte”…
Estilo.
Estilo é a resposta de tudo.
É um jeito especial de fazer uma tolice ou algo perigoso.
Antes fazer uma tolice com estilo, do que algo perigoso sem estilo.
Fazer algo perigoso com estilo é o que eu chamo de arte.
Uma tourada pode ser arte.
O boxe pode ser arte.
Amar pode ser arte.
Abrir uma lata de sardinha pode ser arte.
Poucos têm estilo.
Poucos mantêm o estilo.
Já vi cães com mais estilo que os homens, apesar de que poucos cães têm estilo.
Gatos tem mais estilo.
Quando Hemingway estourou seus miolos, teve estilo.
Há pessoas que dão estilo.
Joana D’Arc tinha estilo.
João Batista, Jesus, Sócrates, César, Garcia Lorca.
Conheci homens na prisão com estilo.
Conheci mais homens na prisão com estilo do que fora.
Estilo faz a diferença.
O jeito de se fazer.
O jeito de ser feito.
Seis garças tranquilas na beira de um lago ou você,
saindo nua do banheiro sem me ver.

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